Encabeçado pelos cartões, o setor de meios eletrônicos de pagamento movimentou mais de 270 bilhões apenas nos três primeiros meses deste ano, sendo que as transações no crédito cresceram 13% de acordo com a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços). Paralelamente, o uso de canais digitais tem ganhado espaço no gosto do brasileiro. Em 2015, o mobile banking registrou 11,2 bilhões de transações bancárias, o que significa 138% a mais do que no ano anterior, segundo um estudo feito pela consultoria Deloitte para a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos). Para complicar o meio de campo, a carteira digital Samsung Pay está desembarcando no Brasil e importantes wearables com tecnologia NFC serão testados durante o período de Jogos Olímpicos do Rio.
Diante desse cenário com traços cada vez mais digitais, uma pergunta vem à cabeça: o cartão de crédito vai desaparecer? Quem responde à inquietação é o diretor sênior de produtos da Visa do Brasil, Marcelo Sarralha. “Uma das grandes mudanças no mercado de meios de pagamento foi a instituição do cartão, porque transformou um pagamento numa operação extremamente simples. Não existe previsão de quanto tempo o cartão vai durar, acredito que ele vai ter uma vida ainda muito longa, pois é prático tirá-lo do bolso e pagar”, justifica.
O executivo, entretanto, entende a necessidade de adotar soluções diversificadas para atender um novo comportamento de pagamento. “Existe uma geração que gosta mais de tecnologia e é mais engajada com celular e que poderia resolver a vida inteira nesse aparelho. Para essas pessoas, a gente vem desenvolvendo soluções, o que se aplica a carteiras digitais no celular ou na web, de compra de uma maneira mais simples”, entrega.
Entre o dinheiro de plástico e os devices, cabe a todas as peças do ecossistema de meios de pagamento (bancos, intermediadores, desenvolvedores e varejo) se adaptarem para atender todos os públicos.