Tecnologias contactless já representam mais de 40% das operações de pagamento na Europa. Na Austrália, outro mercado em destaque, aproximadamente 90% dos pagamentos são feitos com o uso de cartões e gadgets habilitados ao pagamento à distância.
Aqui no Brasil, este tipo de tecnologia começa a tomar seu lugar. Grandes carteiras digitais como Samsung Pay, Apple Pay, entre outros, já oferecem o serviço. “De fato, nosso país ainda está longe de apresentar números como os do mercado internacional. A expectativa, porém, é que esse cenário mude rapidamente nos próximos anos, à medida que as ofertas amadureçam e conquistem a simpatia e atenção dos consumidores”, afirma Rodrigo Ladeira, diretor de Marketing da Ingenico para América Latina.
As projeções da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) indicam que o volume de transações com cartão de crédito e débito no Brasil deverá crescer 17% este ano e é esperado que as opções contactless representem uma boa fatia desse crescimento, ampliando sua presença no total de operações. Hoje, o pagamento sem contato é responsável por menos de 5% de todas as transações ao redor do país e a expectativa é que essa quantidade mais do que dobre até 2020.
Tecnologia contactless e suas oportunidades no mercado interno
Ladeira conta que há uma estimativa de que mais de cinco milhões de cartões preparados para o pagamento por aproximação já estejam em circulação no ambiente nacional. “Além disso, quase 70% das máquinas de pagamento contam com a tecnologia NFC (Near Field Communication), necessária para a conclusão das transações. Sendo assim, o que impede, então, a massificação desse tipo de serviço no Brasil?”, indaga.
Para ele, dois pontos são importantes para que se possa fazer uma análise correta: conscientização e praticidade.
“Em relação à conscientização, podemos citar o trabalho realizado na indústria, com a construção de terminais cada vez mais inteligentes e seguros. O pagamento sem contato exige a transmissão de dados via radiofrequência, definido diretamente por padrões de alta segurança, com criptografia e uso de recursos inteligentes (incluindo Inteligência Artificial) que visam evitar ameaças, incluindo fraudes e clonagens”, explica o profissional.
Já sobre a praticidade, Ladeira aponta que a inovação aberta cria oportunidades de novos dispositivos. “A inovação aberta pelos meios de pagamento sem contato inclui a possibilidade de criar dispositivos vestíveis (wearebles) mais funcionais, indo dos atuais relógios às roupas inteligentes e adesivos. Ampliar a gama de opções é uma grande notícia para toda a cadeia de negócios, tornando mais rápida a experiência nas lojas físicas, por exemplo”, diz.
Assim como outros países, o Brasil está na rota da evolução dos meios de pagamento e é importante construir um ambiente eficiente, em que a aceitação desse tipo de tecnologia cresça conforme a melhoria real da experiência dos consumidores. “Estamos avançando e, aos poucos, novos devices chegarão ao mercado, agregando inteligência, comodidade e segurança à nossa vida. São essas inovações, afinal, que irão tornar o pagamento por aproximação tão comum quanto passar um cartão e digitar uma senha”, finaliza.