A economia brasileira depende do sucesso do agronegócio, que foi responsável por 21,59% do PIB, em 2017. Para aumentar a produtividade e diminuir as perdas no campo, os produtores rurais estão adotando soluções de Internet of Things no campo (IoT no agro), na busca por eficiência e lucros mais altos.
O uso de IoT no agro já é uma realidade para 60% da agricultura brasileira. Para aumentar essa penetração, é necessário enfrentar a cultura rural tradicional e levar a tecnologia até os pequenos e médios produtores.
Como a maior parte do agronegócio são commodities negociadas a preços tabelados, com margem de lucro muito pequena, as empresas do setor investem cada vez mais em novas tecnologias para se manterem competitivas, e a IoT no agro é uma delas.
A boa notícia? Já existem soluções de IoT no agro disponíveis para cada etapa. O desafio agora é educar o setor e explicar para o investidor o retorno sobre o investimento (ROI) que a transformação digital promove, não só em relação aos processos, como também à economia de pessoas, para incentivar a sua adoção irrestrita.
“Tudo começa entendendo qual é a necessidade do negócio e quais dispositivos, sensores e gateways inteligentes conseguem coletar os dados necessários para o ecossistema do cliente. Além disso, desenvolvemos uma plataforma aberta, segura e bem estruturada, o Eugenio, que integra todos os dados e os correlaciona, para que possam gerar insights e ajudar as empresas a tomarem decisões melhores com base em dados”, explica o arquiteto de soluções de agronegócio da Logicalis. Frederico Correia.
Iniciativas públicas e privadas para acelerar o IoT no agro
Para acelerar o uso de IoT no agro, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), junto com bancos privados e empresas nacionais, está investindo cerca de R$ 200 milhões em tecnologias de hardware, software e plataformas para IoT nos ambientes rurais, em 2018.
Por meio do programa BNDES IoT, o banco oferece ainda uma linha de crédito de R$100 milhões em recursos não reembolsáveis para financiar projetos-piloto de IoT no agro.
Essa iniciativa visa aproximar produtores rurais, fornecedores de tecnologia e institutos de pesquisa para sanar alguns entraves, como a falta de conectividade em muitas propriedades rurais.
Na busca por modernizar o agronegócio brasileiro, a ABINC (Associação Brasileira de Internet das Coisas) criou comitês para discutir gargalos, legislações, padrões de interoperabilidade de dados e outras questões ligadas ao IoT no agro no Brasil.
"Com os diálogos e investimentos necessários, a Internet das Coisas trará eficiência e soluções baratas para os problemas do campo ao aplicar ações simples que resolvem problemas de solo, clima, controle de pragas, pulverização, produtividade e outros", afirma o presidente da Abinc, Flavio Maeda.