A inovação para inclusão social já é uma realidade nos dias atuais e demonstra como a tecnologia pode ajudar a superar obstáculos. Pessoas idosas ou com deficiências físicas, entre outros grupos, podem ter mais qualidade de vida com os recursos tecnológicos.
Para compreender melhor como isso acontece, conversamos com dois especialistas na área:
- Fábio Nogueira, criador do Observatório da Longevidade, uma plataforma de criação de novos negócios embasados em temáticas emergentes e com foco na inclusão de pessoas da terceira idade;
- Isa Meirelles, cofundadora da Deficiência Tech, comunidade que reúne pessoas com deficiências envolvidas com o setor tecnológico brasileiro.
A seguir, veja um panorama sobre as tecnologias para inclusão social e compreenda como isso funciona atualmente.
Como a tecnologia ajuda as pessoas idosas ou com deficiências físicas
"Quanto mais velha uma pessoa fica, mais difícil é acompanhar a evolução das coisas". A afirmação de Fabio Nogueira sintetiza as dificuldades que os idosos têm para realizar determinadas atividades que, anos antes, poderiam parecer simples.
Ao mesmo passo, a tecnologia se desenvolve, cada vez mais e as pessoas precisam se adaptar a ela. Para consultar a aposentadoria, por exemplo, é necessário acessar o aplicativo do banco ou do INSS, entre outras ações digitais.
Segundo Nogueira, a pandemia da Covid-19 fez com que os idosos quebrassem determinados preconceitos. Por conta do isolamento social, eles tiveram que se digitalizar e perceberam os benefícios da tecnologia.
Já para as pessoas com deficiências, a tecnologia pode não apenas ajudar a desenvolver atividades, mas também servir como uma ferramenta para conquistar uma profissão e entrar para o mercado de trabalho.
Isso acontece, por exemplo, por meio da Deficiência Tech, um movimento de formação e inclusão de pessoas com deficiências no ecossistema de tecnologia no Brasil.
De acordo com Isa Meirelles, a comunidade visa oferecer capacitação em áreas como programação, marketing digital e UX design.
Como a inovação pode ser usada para a inclusão social
Nogueira acredita que a própria evolução da sociedade faz com que os idosos utilizem a tecnologia para se incluir em situações diversas. "Você quer falar com o neto, com a família ou com os amigos e, hoje, essa é a forma como a comunicação ocorre", diz ele.
O mesmo ocorre com a medicina remota, que já é uma possibilidade real e viável, principalmente em tempos de pandemia, permitindo com que os idosos evitem ter que ir aos consultórios médicos e postos de saúde, por exemplo.
Meirelles enfatiza que, no que se refere às pessoas com deficiências, a inovação para inclusão social tem como um dos maiores desafios desmistificar que a acessibilidade é para todos.
"Deve-se desmistificar que a acessibilidade é apenas para pessoas com deficiências. É preciso ver isso como uma metodologia para todos, considerando que a população está envelhecendo, desenvolvendo doenças crônicas e tendo dificuldades de locomoção. Não se deve fazer associação apenas à rampa", explica ela.
Ela também comenta que a comunidade deve começar a compreender a acessibilidade como inovação e não apenas como política social.
Tecnologias de inovação para inclusão social em desenvolvimento
No que se refere ao futuro da inovação para inclusão social, novas tecnologias devem surgir nos próximos anos.
Aplicativos, hardwares e softwares surgem e se desenvolvem a todo momento. A tendência é que isso se aprimore ainda mais, com foco na acessibilidade.
De acordo com sua fundadora, o Deficiência Tech pretende se tornar uma referência no Brasil e no mundo como uma comunidade para capacitação e formação de pessoas com deficiências no mercado de trabalho.
A inovação para inclusão social mostra como a tecnologia tem uma missão que vai além de entretenimento e trabalho. Ela serve para romper barreiras e dar mais bem-estar e dignidade a todos, transformando a sociedade para melhor.
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