Está em curso uma mudança de comportamento que promete revolucionar a forma como as empresas e os consumidores se relacionam: o everything as a service. Da aquisição ao direito de uso: o everything as a service está transformando produtos em serviços sob demanda.
Se até pouco tempo era fácil perceber o valor da aquisição, a partir da posse de bens e produtos, entendidos como sinônimo de sucesso pessoal; atualmente, as novas gerações mostram estar menos inclinadas à acumulação.
É neste cenário de mudança de mentalidade que o modelo de negócios denominado everything as a service (onde muitas coisas estão se transformando ou sendo transformadas em serviços) ganha força e se estabelece.
“Estamos passando por um processo de transformação. O everything as a service vai ganhar espaço acompanhando o fortalecimento da geração nascida na virada do milênio. É um grupo de pessoas que, majoritariamente, está mais interessado em viver experiências do que na posse. Inevitavelmente os negócios precisarão se adaptar”, afirma André Miceli, coordenador do MBA em Marketing Digital da FGV (Fundação Getulio Vargas).
O everything as a service abre a chance de otimização dos processos produtivos – ao organizar a cadeia de fornecedores, seja de matéria-prima ou peças intermediárias de produção, deixando a fabricação mais inteligente, ágil e barata possível.
Ao eliminar a obrigação de compra, o everything as a service contribui ainda para diminuir os impactos da fase de produção ao planeta – trazendo benefícios para toda a sociedade, que vão desde preços mais acessíveis até a economia de bens preciosos, como os recursos naturais.
A vantagem para o consumidor vai além da racionalização do uso da matéria-prima, representa grande economia, já que elimina a necessidade de aquisição de diversos produtos, e maior satisfação imediata, uma vez que disponibiliza o produto no momento em que a demanda é criada, além de menor frustração, ao diminuir as compras por impulso.
Próximos passos
O movimento everything as a service (XaaS) experimentará um crescimento até 2020, impulsionado por soluções criadas na nuvem pela indústria de servidores para ajudar as outras empresas do sistema econômico a transformarem suas relações com os consumidores finais.
Elas oferecerão desde a infraestrutura de internet até fluxos de trabalho que facilitem a adoção do sistema nas empresas, ao mesmo tempo que buscam respostas à pergunta: como garantir a segurança de dados no everything as a service?
Na esteira do desenvolvimento desse modelo, é esperado, também, para o futuro próximo, contadores digitais, que ativem o gatilho de compra com o fornecedor desejado, acionando por sua vez a necessidade de transporte dessas mercadorias, um desafio e uma grande oportunidade para a indústria de supermercados e a indústria intermediária.